Doença Renal Policística

Doença Renal Policística: aprenda o que é, como diagnosticar e como cuidar!

Hoje vamos conversar sobre um tema super importante, mas que muita gente nunca ouviu falar: a Doença Renal Policística Autossômica Dominante (DRPA).

Ela é a 4ª causa de doença renal crônica em estágio final no Brasil, ou seja, está entre as condições que mais levam à necessidade de diálise ou transplante. Por ser uma doença genética, o histórico familiar de doença renal é um sinal de alerta fundamental para a realização de exames de forma precoce.

Vamos por partes!

O que é a Doença Renal Policística?

A DRPA é uma condição genética — ou seja, está presente no DNA. A pessoa nasce com a alteração, mas os sintomas costumam aparecer apenas na vida adulta.

Nessa doença, surgem cistos nos rins, como se fossem “bolinhas cheias de líquido”. No início, eles são pequenos e geralmente não causam sintomas. Com o tempo, porém, aumentam em quantidade e tamanho, fazendo com que os rins fiquem maiores, mais pesados e menos eficientes.

Isso pode levar a diferentes complicações, e algumas pessoas também desenvolvem cistos em outros órgãos, especialmente no fígado.

Por que a doença acontece?

A DRPA é mais comum do que parece e acomete milhões de pessoas no mundo todo. A forma mais frequente é herdada de um dos pais (autossômica dominante) e atinge homens e mulheres na mesma proporção.

Se um dos pais tem a doença, cada filho tem 50% de chance de herdar. Por isso, conhecer o histórico familiar é extremamente importante.

Como descobrir se tenho DRPA?

O diagnóstico costuma ser simples e baseia-se em:

  • Histórico familiar de doença renal policística;
  • Exame de imagem, como o ultrassom dos rins, que mostra a presença dos cistos e o tamanho renal.

Em alguns casos, especialmente quando não há clareza sobre o histórico familiar, pode ser indicado o teste genético.

A maioria das pessoas não apresenta sintomas nas fases iniciais. Alguns sinais, porém, podem levantar suspeita de problema renal:

  • Pressão alta em pessoas muito jovens;
  • Dor lombar ou abdominal;
  • Presença de sangue visível ou detectado no exame de urina;
  • Infecções urinárias de repetição.
E o futuro de quem tem DRPA?

A DRPA é uma doença de evolução lenta, mas o ritmo varia bastante de pessoa para pessoa.

A maior parte dos pacientes começa a perder a função renal ao longo da vida adulta, e cerca de 50% precisará de diálise ou transplante por volta dos 55 anos. No entanto, algumas pessoas mantêm boa função renal por muitos anos.

Fatores que ajudam a prever a velocidade da progressão:

  • Tamanho dos rins (quanto maiores, pior a evolução);
  • Quantidade e tamanho dos cistos;
  • Idade de início da pressão alta;
  • Histórico familiar (parentes que precisaram de diálise precocemente).

Hoje existem métodos para medir o volume total dos rins, que ajudam a estimar o risco de progressão. Perdas de 2–3% da função renal ao ano por 5 anos, ou 5% em apenas 1 ano, indicam evolução mais acelerada e necessidade de acompanhamento rigoroso.

Tem tratamento? Tem sim — e faz diferença!

A DRPA não tem cura, mas existem estratégias eficazes para desacelerar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida.

1. Controle da pressão arterial

Esse é o pilar mais importante do tratamento. A pressão alta acelera a perda da função renal.

  • Objetivo de pressão < 110 x 75 mmHg nos casos de evolução rápida;
  • Objetivo < 130 x 80 mmHg nos casos de evolução mais lenta.

Medicamentos como os IECA (ex: enalapril) ou BRA (ex: losartana) são preferidos, pois ajudam a controlar a pressão e proteger os rins.

2. Hidratação adequada

Beber bastante água reduz a produção de vasopressina, um hormônio que estimula o crescimento dos cistos. Quanto maior a hidratação, menor o estímulo para progressão da doença.

3. Estilo de vida saudável

Hábitos que influenciam positivamente a evolução:

  • Parar de fumar;
  • Manter peso saudável;
  • Praticar atividade física regular;
  • Dieta equilibrada, com pouco sal e proteína na medida certa (0,8 a 1,0 g/kg/dia).
4. Medicamento específico — Tolvaptan

O tolvaptan é atualmente o único medicamento capaz de desacelerar o crescimento dos rins e a perda da função renal na DRPA.

Importante: nem todo paciente tem indicação para o uso. Ele é reservado para pessoas com maior risco de evolução rápida.

O uso exige acompanhamento próximo com o nefrologista, pois pode causar sede intensa, aumento do volume urinário, noctúria e, em cerca de 5% dos casos, alterações no fígado.

5. Tratamento dos sintomas
  • Dor relacionada aos cistos;
  • Infecções urinárias;
  • Sangramentos urinários.
6. Acompanhamento regular

Ultrassom, exames de sangue e consultas regulares com o nefrologista são fundamentais para monitorar a evolução da doença.

7. Pesquisa de doenças associadas
  • Aneurisma cerebral;
  • Pedra nos rins;
  • Cistos hepáticos;
  • Hérnias e diverticulose.
E quando os rins param?

Se a doença evoluir para insuficiência renal avançada, existem duas opções:

  • Diálise (hemodiálise ou diálise peritoneal);
  • Transplante renal, que costuma apresentar excelentes resultados em pacientes com DRPA.
Mensagem final

A Doença Renal Policística é mais comum do que parece. Apesar disso, existem formas eficazes de acompanhar, tratar e retardar sua progressão.

Quanto mais cedo o diagnóstico, melhores são as chances de preservar a função renal.

Se você tem histórico familiar ou sinais de alerta, procure um nefrologista. Estarei aqui para ajudar você nesse processo.

Dra. Fabiana Bonato
Nefrologista

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Dra. Fabiana Bonato
CRM MG 46974 / RQE 53025
Médica Nefrologista em Juiz de Fora

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Dom Bosco, Juiz de Fora -MG
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